Cartas Na Mesa (Poirot)

Título Original: Cards On The Table
Lançamento: 2/11/1936
Editora: LPM Pocket
Detetive(s): Hercule Poirot, Ariadne Oliver, Superintendente Battle, Coronel Race

   No link acima, há a sinopse completa do livro e é possível 'Ler um Trecho' (até a página 18- abaixo da foto do livro há a opção). Em resumo: O Sr. Shaitana, um mefistofélico e extravagante milionário, encontra Poirot por acaso, e lhe revela seu hobbie: colecionar assassinos. Ele propõe a Poirot uma festa, para apresentar as "espécimes".Mas um dos quatros convidados se assusta e mata Shaitana durante o jogo de bridge. Anne Meredith, a mocinha linda, Dr. Roberts, o médico famoso, Major Despard, o aventureiro perigoso ou a Sra. Lorrimer, uma bridgista de mão cheia? Todos já mataram uma vez, e poderiam matar de novo. Mas qual? Quem teria a audácia (ou seria desespero?)de apunhalar um homem praticamente na frente de outras 3 pessoas?  
    Esta é, uma das mais engenhosas tramas de Agatha Christie, e particularmente uma das que mais gosto. Começei a procurar resenhas na internet e achei uma do site Onde Vive a Fantasia. A autora não gostou muito, mas acho que vale a pena destacar alguns trechos da resenha dela:
"Digo que faltou um pouco de originalidade nesse livro... Uma terceira observação que faço é o nosso querido detetive Hercule Poirot. Sinceramente, achei que Poirot era um personagem secundário. Ele nem aparece no livro direito. Quem rouba a cena é o superintedente Battle, que o ajuda a desvendar um crime sem saída. Nesse livro, todos são suspeitos, mas nem todos tinham motivos para assassinar Shaitana. "
Concordo com ela em relação a Poirot. Realmente, ele era um personagem secundário, mas como sempre, essencial para solucionar o caso. Todos são suspeitos, porque todos já mataram uma vez. De acordo com Shaitana, esses assassinos conseguiram escapar das garras da lei, sem que ninguém (a não ser ele) desconifasse. Logo, todos tinham sim, motivos para matar Shaitana. Estava bem claro, que o motivo foi que um convidado se assustou, porque achou que Shaitana iria entregá-lo para a polícia. 
  "Ok, temos um assassinato e vários suspeitos. É normal que as testemunhas conversem entre si, formulando hipóteses, e indicando suspeitos. Só que não a maior parte do livro."
 Isso é facilmente explicável. As testemunhas não conversaram entre si, porque não se conheciam. Mas mesmo assim, há algumas conversas no decorrer do livro, talvez um pouco diferentes da dos outros livros. Grandes informações não são reveladas, acho que é isso que a autora quis dizer. 
"Para ser sincero, as últimas cinquenta páginas do livro é o que realmente vale a pena."
Pode ser. Depende de quem lê, mas tenho que concordar. Vi esse livro mais como um aprendizado, e o final foi imbatível. Talvez a história tenha ficado um pouco confusa, mas o final foi perfeito.  Esse foi um dos primeiros livros da Agatha que li, e digo com certeza, que foi o primeiro final que entendi. É um daqueles livros que o final não pode ser outro, que só existe uma solução para toda a história; e a solução era exatamente essa. Não poderia ser qualquer outra, esse final explica tudo. Por isso achei o final perfeito. 
  Ela encerra a resenha com "Cartas na Mesa é apenas mais um caso de Hercule Poirot..."
Como ela disse, vale a pena cada um ler e ver por si, mas quero acrescentar que na segunda página do livro Agatha escreve: "Posso mencionar, como argumento extra em favor desta história, que Hercule Poirot a considera um de seus casos prediletos." Portanto, não é apenas mais um caso de Poirot. Pelo menos não na opinião da autora ( e na minha também). 
 Para finalizar, gostaria de deixar o endereço de outras resenhas, e peço que o leitor leia com atenção o Prefácio (disponível no site da lpm, naquele link lá de cima). Agatha praticamente prevê a reação dos leitores para esta história; e avisa desde cedo que não é uma história como as outras. 
" A dedução, portanto, deve ser inteiramente psicológica, mas nem por isso vem a ser menos cativante, 
pois, no frigir dos ovos, é na mente do assassino que reside o interesse supremo." Ela já nos avisa: aqui não haverá conversas sobre suspeitos, nem perseguição ao assassino. A história se desenvolve lentamente, e dentro da psicologia, é perfeita. 
 Então, só resta uma saída: ler você mesmo a história e ver com quem concorda. 
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