quinta-feira, 1 de maio de 2014

Nova Resenha: Assassinato no Expresso do Oriente

 Há muito tempo venho querendo escrever sobre esse livro, maravilhoso, diga-se de passagem, e neste fim de semana encontrei tempo(e o livro) disponíveis. Esta história foi a "cartada final", a trama definitiva para mim me apaixonar por Agatha Christie, e começar a admirar as habilidades intelectuais do nosso querido detetive Hercule Poiort. Já de início, vou dizendo: um dos melhores livros da nossa dama, e um crime para ninguém jamais esquecer! 
  Em se tratando da Rainha do Crime, já esperamos todos os finais possíveis, imaginamos várias soluções, tramamos vários motivos e, as vezes, numa súbita lembrança, damos uma de Miss Marple e começamos a relacionar os personagens da história, tão bem construídos por Agatha, com pessoas reais que conhecemos. Eu por exemplo, já cheguei a achar um Hercule Poirot brasileiro! Aposto que se colocasse uma foto dele num post qualquer, vocês, caros leitores, não iriam perceber que se trata de um impostor! Um dia ainda faço esse teste pra ver se alguém percebe ;)


Expresso do Oriente: o trem dos sonhos , pode ser o seu pior pesadelo

O livro começa com um fato intrigante: quando Hercule Poirot vai pegar o Expresso do Oriente, o trem acha-se surpreendentemente lotado, para essa época do ano. São 12 passageiros,quando uma tempestade de neve obriga o trem a parar,e todos ficam completamente isolados. Todos vão dormir, mas a irritação e o frio impedem Poirot de ter uma noite de bons sonhos, e ele acaba observando movimentações estranhas durante a noite. Na manhã seguinte, um passageiro é encontrado morto, brutalmente assassinado, em sua cabine.A porta estava trancada por dentro, e havia um pequeno detalhe: este mesmo passageiro, havia, um dia antes, procurado Poirot para fazer-lhe uma proposta. E para completar o mistério da cena do crime, é encontrado entre os pertences do morto, uma carta. Sim, uma carta reveladora, a Grande pista desta história.
 Então, isto é tudo. Onze pessoas e um crime. Aqui, todos são culpados até que se prove o contrário. E num trem parado no meio do nada, onde o mínimo movimento deixa pegadas sob a neve, onde robes vermelhos flutuam vestindo "fantasmas" e onde a desconfiança, o medo e o desejo de vingança são os únicos sentimentos existentes; um lugar agora está vago. Você pode ocupar esse lugar, leitor, e acompanhar de perto o desenrolar desse crime maravilhoso e surpreendente. 

FICHA TÉCNICA 
Título Original: Murder On The Orient Express
Lançamento: 1/1/1934
Detetives: Hercule Poirot
Minha nota: 9.5
** Existe um livro do autor inglês Graham Greene, lançado em 1932, chamado "Expresso do Oriente". Pra quem não sabe, Agatha era uma das maiores fãs desse escritor, e acredito que tenha se inspirado nesse livro para criar Assassinato no Expresso do Oriente.


 Em breve, uma resenha mais detalhada, com dicas e sobre o filme será postada aqui no blog! 


Boa Semana a todos, e voltem sempre!


domingo, 27 de abril de 2014

Agatha Christie: Como Começar?

Qual deles ler primeiro?
 Quem vai a uma biblioteca ou livraria sabe o suplício que é escolher um livro de algum autor desconhecido, mas que "todo mundo diz que é bom".  A gente fica se fazendo mil perguntas, e a mais preocupante é: o livro custa R$: 45,00, isso é minha mesada INTEIRA e se eu não gostar? E se eu não entender? E se eu comprar o livro ruim entre os 12849348 bons do autor?

Bom, quem nunca? E, meus caros, com Agatha Christie é pior. Simplesmente porque ela tem 80, sim, o-i-t-e-n-t-a livros a sua disposição. E se você não conhece, não sabe quem é Hercule Poiort, nunca ouviu falar dele e nem sabia que existia, pode correr o sério risco de retirar "Cai o Pano" antes de ler os 39 (sim, t-r-i-n-t-a e n-o-v-e) livros maravilhosos dele. NUNCA, Jamais, em hipótese alguma cometa esse erro. Essa é a dica número um:  Retire qualquer  livro, menos Cai o Pano. 
 A única parte ruim da Agatha é que ela tem tantos livros bons que fica difícil saber qual indicar, ou se você nunca leu, saber qual retirar/comprar. Então, aí vai uma lista de sugestões e esclarecimentos pra vocês:

1- Decidir por quem começar

Agatha tem dois detetives principais: Hercule Poirot e Miss Jane Marple. Poirot é um belga de olhos verdes, muito convencido de sua capacidade intelectual. Ah! E cuidado, ele é muito, muito apaixonável. Miss Marple é uma velhinha simpática de olhos azuis que mora num vilarejo e tem a mania de comparar as pessoas dos crimes com pessoas que ela conheceu. Em alguns livros, Poirot aparece acompanhado de Arthur Hastings, o Watson dele. Mas são apenas 6, infelizmente.Também há outros detetives, como o Inspetor Japp e a Sra. Ariadne Oliver (a própria Agatha no papel).

DICA: Se quiser Poirot, comece por "Os Primeiros Casos de Poirot" ou "O Misterioso Caso de Styles". "Assassinato no campo de golfe" também é maravilhoso! Se quiser Marple, leia " Assassinato na Casa do Pastor" ou "Os Treze Problemas".

2- Eu comecei com " A Casa Torta"

"A Casa Torta" não tem Poirot nem Marple, mas assim mesmo é perfeito. Esse livro me fez conhecer Agatha, e principalmente me apaixonar por ela. 

3- Os Melhores Livros  

Poirot
Agatha fez livros bons, muito bons e maravilhosos! Comece pelos maravilhosos, mas não pelo "O Caso dos 10 Negrinhos" porque esse é o melhor dela. E se você começa pelo melhor dos melhores, fica comparando com os outros e acaba não gostando. Então, recomendo que leia esses antes de "O Caso dos 10 Negrinhos":
- Assassinato no Expresso do Oriente (resenha aqui em breve!)
-Morte no Nilo
-Poirot Investiga
- A Casa Torta ( de novo, rsrsrsrsrs)
-O Assassinato de Roger Acroyd
- Os Crimes ABC

Depois de todos esses, com certeza você já estará apaixonado!!!


Um beijo a todos, boa leitura e obrigada por visitar o blog!
    


domingo, 2 de março de 2014

A Mão Misteriosa II

Faz uma semana que li A Mão Misteriosa, e publiquei aqui no blog uma página sobre o livro. O fato é que gostei muito, gostei realmente do livro e dando uma olhada na resenha, resolvi acrescentar algumas coisas. Primeiro: não fui suficientemente clara sobre a história. Não coloco a sinopse, mas costumo comentar trechos, ou pelo menos situar vocês. 
Segundo: não dei minha opinião sobre os personagens, a construção, etc... (gostei de tudo rsrsr)
Então, vamos começar.
a) Não tem muito que se possa fazer com essa história. Como eu já expliquei, Agatha foi fantástica na construção do crime.Uma frase de Sherlock Holmes explica bem isso: Os crimes maiores tendem a ser mais simples, pois quanto maior é o crime, mais óbvio, em regra, é o motivo". 
Quanto mais complicado for o crime, melhor, porque você tem várias pistas, vários caminhos que te levam a verdade, e vários erros que podem ter sido cometidos pelo assassino. Agora, se o crime for simples, trivial, fica tremendamente difícil descobrir qualquer coisa. E o que acontece aqui, em certos momentos, parece não haver crime nenhum. Mas há. Habilmente encoberto, mas visível pra quem sabe onde observar.
b)Não sei, mas acho que deve ter sido muito difícil para a autora escrever essa história. Principalmente porque o crime é simples, e não há nada de fantástico para prender o leitor. Então, ela tem que fazer de outra forma, tirar a atenção do crime e colocá-la em algo mais excitante. E ela fez isso tão bem, que não dá pra perceber. Por exemplo, a história é narrada em 1ª pessoa, por Jerry, que está passando uma temporada no campo ( no caso, Limstock). Jerry nos distrai com outras coisas, conversa com todos os habitantes de Limstock, com Joanna, e nos narra duas histórias de amor. O livro foi muito bem construído, nada cansativo nem muito pesado. Perfeito!
c) Preciso elogiar a atuação dos inspetores. Normalmente, a Scotland Yard é uma imbecil que precisa da ajuda de Miss Marple ou Poirot para descobrir a verdade.Mas não aqui, apesar de Tia Jane fazer uma participação(como sempre, essencial) na história. Gostei do superintendente Nash, sempre no lugar certo na hora certa.
d) Fatos importantes:
I- Conversa de Jerry com o dr. Griffith
II- Circunstâncias da primeira morte
III- A primeira descrição para a Mão de Graves e de Nash
IV- O fato de que todas as pessoas receberam cartas menos Elsie Holland
e) O crime:
No vilarejo de Limstock, alguém começa a enviar cartas anônimas para as pessoas, criando intrigas e semeando a discórdia. Mas a coisa deixa de ser brincadeira quando um dos destinatários morre. As cartas param, mas ocorre outra morte: desta vez um assassinato. Quem, dos tranquilos habitantes de Limstock guarda uma profunda mágoa a ponto de matar duas pessoas? 
 Bom, agora tudo esclarecido, não? É mais simples do que parece. Leia e saberá. Bjs...

sábado, 22 de fevereiro de 2014

Adoro Agatha Christie!

  Sempre que termino um livro dela, acabo pronunciando essa frase. Com algumas variações, claro. As mais comuns são: "Te amo Hercule Poirot!" e " Meu bigodudo belga"(essa sempre seguida de um loooooooooongo suspiro). Mas hoje eu fiquei com 'Adoro Agatha Christie' mesmo. Isso porque o livro que eu terminei é Os 13 Problemas, e não tem Poirot, só Miss Marple. E sair por aí dizendo "te amo, velhinha dos olhos benevolentes e cinzentos" pegaria mal, né? rsrsrsrsrs.
   Mas é a pura verdade. Quem não se apaixona pela Miss Marple? Primeiro que ninguém resiste a uma velhinha simpática que faz tricô e tem olhos azuis. Agora, acrescente a isso o fato de que essa velhinha é uma detetive de vilarejo melhor que todos os Inspetores da Scotland Yard juntos! Aí fica irresistível mesmo.    Mas voltando ao assunto inicial, vim aqui recomendar "OS 13 PROBLEMAS". Se não tiver na biblioteca, pode comprar que vale a pena. Na LPM custa a merreca de R$16,00.  O livro traz à tona mistérios sem solução, com 'fatos verdadeiros, prosaicos e que ninguém jamais conseguiu explicar'. Para solucionar esses mistérios, é criado o Clube das Terças Feiras, que se reúne na casa de Miss Marple, em St. Mary Mead. Uma velhinha simpática, travessa, aparentemente inofensiva, é na verdade, uma detetive de mão cheia. Dona de uma mente muito sagaz, enquanto trabalha com as agulhas, ela escuta cada mistério com atenção, narrados por um escritor, uma artista, um sacerdote, um ex-comissário da Scotland Yard e um procurador.
      
Miss Marple, sempre
 irresistível!
 Eu simplesmente adoro esse livros que tem várias histórias juntas. Os Primeiros Casos de Poirot foi o primeiro livro que comprei, justamente porque tem 18 histórias. Sei lá, parece que quando tem várias histórias em sequência, o livro nunca acaba, é eterno. E se você erra o assassino em uma,tem chance de se recuperar na outra ( o que quase nunca acontece, rsssss). Ao mesmo tempo, temos que ter uma consideração Enorme com Agatha, que se deu ao trabalho de escrever treze histórias para um livro. Fazer uma história, com todos os elementos, detetive, crime, pistas, pistas falsas, personagens cativantes, etc.. já exaspera qualquer um, imagine fazer treze histórias com tudo isso! Tem que ter uma criatividade...
 E é por isso que eu "adoro Agatha Christie". Adoro não, amo. Em 2014 vão fazer dois anos de puro amor entre nós duas rsrsrs :D . Mas o meu amor por Miss Marple é recente, gostaria de ter conhecido ela antes. Não sei porque demorei tanto tempo! Acho que tive medo de amar ela mais do que Poirot. Porque vocês sabem, quem experimenta Poirot, nunca mais quer saber de outro adoçante detetive. Mas claro, imbecilidade minha. São duas pessoas completamente diferentes, apesar de serem igualmente geniais. Mérito de Agatha. Agradeço a ela todos os dias por isso.
 FRASES DO LIVRO

Algumas frases encantadoras que representam bem Miss Marple:

" São sempre as pessoas terrivelmente cuidadosas que perdem as coisas"

"Tenho receio de não ser tão habilidosa quanto vocês, mas viver tantos anos em St. Mary Mead oferece às pessoas uma certa compreensão da natureza humana" (é o que parece...)

" - Por que diz "que se dizia jardineiro", tia Jane?- perguntou Raymond, muito curioso.
  - Bem, ele não poderia ser um jardineiro de verdade, poderia?- disse Miss Marple. - Jardineiros não trabalham na segunda-feira de pentecostes. Todo mundo sabe disso.
 Ela sorriu e dobrou o tricô."

" Todo mundo é muito parecido. Ainda bem que ninguém se dá conta disso."

OBS.: Começei essa semana "Os Elefantes Não Esquecem", que tem a participação de nossa adorável Ariadne Oliver ( a propósito, descobri que Miss Oliver é viúva e tem uma secretária chamada Srta. Sedgwick, que lamentavelmente está sendo substituída pela Srta. Livingstone, que tem cara de cavalo.)
Elefantes nunca esquecem
E eles nunca perdoam

 Hã? Ah, sim! O que achei do livro? Muitos 'elefantes' até a página 115. Isto é, 'elefantes' estão presentes até nas conversas mais comuns, ao telefone. Pra se ter uma ideia, o título de um capítulo é Resultados do Safari. E olha que a Sra. Oliver nem saiu de Londres! 

   Até agora não deu pra descobrir o que os nossos 'elefantes' não esqueceram. É um crime em retrospecto, há inclusive citações aos outros casos assim de Poirot, como 'Os Cinco Porquinhos' e 'Festa das Bruxas'; resta saber se o assassino será o mesmo disfarçado 'de outra história'. Conto na semana que vem :D .



sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Como desvendar um 'Mistério no Caribe'

Título Original: A Caribbean Mystery
Lançamento: 16/11/1964
Páginas: 256
Editora: LPM Pocket

Lendo Mistério no Caribe? O link acima vai te redirecionar para o site da L&PM, onde tem uma sinopse, e clicando em "Leia um Trecho", logo abaixo da foto do livro, é disponibilizado18 páginas online. O livro não é difícil, mas se você não manter o foco, pode se confundir. Todos sabemos que Agatha é mestre nas pistas falsas e em tirar o foco do assassino, ferrando com a sua teoria e fazendo você ficar com aquela cara de anta na última página. Mas, podemos mudar isso.Com um pouco de análise, observação e imaginação.... voilá! Já pode dizer que sabia quem era o assassino. Vamos lá.
     Há uma solução infalível, e que aprendemos na escola: se colocar no lugar do outro(nesse caso, a autora).
" Não tem ideia de como é importante para mim, Watson. Eu olho para você, e vejo exatamente a pessoa que o assassino quer parecer. E então, eu o pego"- Sherlock Holmes.
A autora também quer que você tenha uma visão estratégica do caso, que vai te impossibilitar de descobrir o verdadeiro assassino. Se você já leu outros livros de Agatha, vai perceber como fatos extremamente importantes são diminuídos, às vezes mencionados apenas uma única vez. Observe e anote fatos que podem ajudar a montar a cena depois, principalmente no que se refere a caracterização dos personagens, e desconfie quando algo aparentemente sem importância é seguido de uma 'frase de efeito.'
  Agora, vamos juntar isso com uma dose de imaginação. Pense bem. Você é um autor de  livros de mistério famosíssimo. Está viajando pelo Caribe e com uma vontade incontrolável de escrever, principalmente porque este parece ser um lugar calmo e tranquilo, com um mar imenso. E claro, é exatamente nesses lugares calmos e tranquilos que acontecem os crimes. Há sempre um fato peculiar no lugar, no local onde o crime é cometido.Ou o lugar é calmo e tranquilo ( Assassinato na Casa do Pastor ), ou é completamente isolado ( E não sobrou nenhum),ou é completamente improvável ( Cartas na Mesa ). Mistério no Caribe está na primeira colocação. Isso já dá para saber pelas primeiras páginas, quando um livro começa com "Um local encantador e quente....um cenário tão lindo....com um lindo bangalô à sua disposição e empregadinhas nativas sorridentes para servi-la..." já sabemos que vai haver um assassinato, e daqueles. Nada de joias da Coroa roubadas, planos de submarinos em perigo e pessoas desaparecidas. É assassinato mesmo.
 Bem, continuando. O autor já sabe como vão ser as pessoas, como vai ser o assassino, e ele adequa o assassino ao crime. Um assassino calculista e metódico jamais mataria uma pessoa no calor do momento, jamais colocaria em prática um plano sem considerar devidamente as consequências, o álibi, a oportunidade... Já um assassino ousado faz tudo isso, apenas aproveitando a chance que o destino lhe der. Se se sente ameaçado e tem uma arma a sua disposição, ele pratica o crime. Sem pestanejar. Portanto, os personagens devem estar adequados a história, e o crime ao seu assassino. No lugar do autor, quem você escolheria para ser o assassino? Não, esqueça a suspeita. Esqueça as circunstâncias do crime, pois essas podem ter sido forjadas. Apenas lembre dos personagens e do jeito que a autora os trata. Lembre da sua posição na cena. Quem estava na cena? Vejamos este trecho da sinopse (adoro sinopses... são muito reveladoras se você souber observar): "Jane Marple finalmente vai começar a se sentir em casa, pois ela tem certeza de que um crime foi cometido, e que talvez outros ainda aconteçam."
 Inferências:
1) Somente Miss Marple tem certeza de que um crime foi cometido? Por que? Quer dizer que temos um assassinato que aos olhos de outra pessoa, pareceria natural. 
2) Um crime foi cometido. Talvez outros ainda aconteçam. Outro trecho: Até que, subitamente, o major aparece morto, sem um diagnóstico preciso. Miss Marple começa a repassar a última conversa com o soldado e se lembra de ter ouvido uma história sobre um assassino, que usara o mesmo método mais de uma vez  para matar mulheres.....
    .....A encantadora velhinha investigadora criada por Agatha Christie passa a acreditar que um assassino está a solta nesse paradisíaco cenário e inicia uma investigação que inclui hóspedes e trabalhadores do hotel...
   Bom, temos o primeiro assassinato. O Major Palgrave. "Sem um diagnóstico preciso", não é exatamente assim. Se não houvesse um diagnóstico preciso, a polícia seria envolvida e de acordo com o trecho sublinhado, somente Miss Marple desconfia que foi um assassinato. Somente ela tem certeza, mais ninguém.  Portanto, o morto foi enterrado com o diagnóstico de morte natural, ou em decorrência de problemas de saúde. Logo, ele foi envenenado, não há outro método para matar uma pessoa e querer que a morte seja natural. O trecho em negrito, diz que Miss Marple ouviu do Major uma história sobre um assassino(essa história está disponível nas 18 páginas) que mata mulheres. Portanto, esse assassinato não é o objetivo do nosso assassino, já que o Major Palgrave não é uma mulher. Logo, outros assassinatos vão acontecer. 
3) Juntando a sinopse, com as primeiras 18 páginas do livro, temos:
a) O assassino é um homem.
b) Haverá pelo menos 2 assassinatos no livro
c)A morte do Major foi dada como natural. O assassino age rápido, é inteligente e está disposto a correr qualquer risco para não ter seu plano prejudicado. Temos uma personalidade. O assassino achou que o Major representava uma ameaça para seu plano. Por isso o matou. Mas esse não é o assassinato original. O original ainda está por vir, e será de uma mulher.
d)Mais um fator na personalidade: excesso de confiança e falta de criatividade. .".Um assassino, que usara o mesmo método mais de uma vez para matar mulheres.." Quando alguém comete um crime, e não é descoberto, vai ganhando confiança e repete esse crime, porque sabe que não será descoberto. Até que isso se torna um hábito, e pela falta de criatividade ele é pego. Ao que parece, por Miss Marple.
 Então, tiramos tudo que dava. Só que mais paciência, leitor. Agatha é muito esperta, engenhosa, e ao contrário do nosso assassino (e do Major) é extremamente criativa. Isso é o que ela quer que nós acreditemos. Pode ser verdade, pode não ser. Conforme você vai lendo, vai confirmando ou colocando de lado as inferências iniciais. 

Há sempre uma dificuladade. Vou dar uma dica, porque já li: preste bem atenção as características do Major, uma em especial pode ser bem esclarecedora.Volto a dizer: imagine a cena, exatamente como ela é descrita no livro.E considere todas as pessoas que estão nela.Observe sempre pela visão que o autor tem dos seus personagens, nunca pelo narrador. Porque o narrador pode dar ênfase ao que ele bem entender, e é sua tarefa perceber quando algo está sendo deixado 'apagado demais'.